Sileno Guedes, deputado estadual e presidente do PSB-PE
O líder do PSB na Assembleia Legislativa, Sileno Guedes, defende a extinção das faixas salariais sem escalonamento na Casa Legislativa. Além disso, ele ressalta a aproximação entre o PSB e o presidente da Alepe, Álvaro Porto. Sobre as eleições deste ano, ele reforça a liderança do prefeito do Recife, João Campos, e defende suas prerrogativas para construir o arco de alianças da Frente Popular.
FAIXAS SALARIAIS
Em primeiro lugar, preciso dizer que, nas duas comissões em que pude dar o meu voto sobre esse assunto, votei para que a extinção das faixas salariais ocorresse já agora em 2024 ou, no máximo, até 2025, seguindo um brilhante relatório do deputado Diogo Moraes na Comissão de Finanças, que depois foi incorporado a um substitutivo da deputada Gleide Ângelo aprovado na Comissão de Segurança Pública. Estamos em busca de garantir os votos necessários também no plenário, não para atrapalhar o governo ou quem quer que seja, mas para atender o anseio que os policiais e bombeiros militares têm externado.
ORIGEM
A bancada do governo nos acusa de ter criado as faixas em 2017 e quer levar o debate por aí. É preciso dizer que aquele era um outro momento. O Brasil vinha tentando sair de uma crise econômica e a gestão do então governador Paulo Câmara fez um esforço muito grande para manter Pernambuco de pé em um momento em que estados ricos, como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, parcelavam salários de servidores. Foi aquela negociação em 2017, que partiu dos comandantes e terminou bem-sucedida, que evitou uma greve da Polícia Militar. É bom lembrar que, em 2014, no Governo João Lyra, os pernambucanos viveram dias difíceis por causa de uma greve. Quem não se lembra dos saques em Abreu e Lima? O governo do PSB conseguiu evitar a repetição daquilo em 2017. E em 2022, deu um aumento salarial para os servidores, inclusive os da segurança. Hoje, o momento é outro. É o Governo Raquel Lyra que diz que tem dinheiro para tudo.
ÁLVARO PORTO
É preciso separar essa questão em dois vieses. Do ponto de vista partidário e eleitoral, temos, sim, uma aproximação com o deputado Álvaro Porto em vários municípios onde o PSB e o Republicanos caminharão juntos. Ele escolheu o Republicanos como partido que teria a preferência para acolher seu grupo político e, nesse sentido, temos parcerias e apoios anunciados. Já na Assembleia Legislativa, não é uma questão de atrapalhar um determinado governo ou se aliar a outro. O presidente Álvaro Porto tem se comportado de maneira muito institucional, dando ao Poder Legislativo um destaque no debate das pautas que chegam do Executivo e vem assegurando que todos os distintos posicionamentos tenham seu espaço. A questão é que, como o atual governo se pauta pela falta de diálogo, fica a sensação de que o Legislativo é que é do contra. E não é verdade. O presidente Álvaro Porto tem o respeito e a consideração de todos nós deputados pela postura que tem tido.
JOÃO CAMPOS
O prefeito João Campos é pré-candidato no Recife. Sua preocupação é seguir governando o Recife, realizando entregas e, na hora da campanha, ele vai apresentar à população o que foi feito e novas propostas para os próximos quatro anos. O prefeito João Campos é a maior liderança do nosso partido em Pernambuco e um nome que tem projeção nacional. Se eu fosse candidato agora em 2024, eu também desejaria ter uma foto dele comigo e uma declaração dele dizendo que me apoia. Então, é natural que, em muitos municípios, nossos pré-candidatos digam que são do mesmo partido de João Campos, que é o melhor prefeito do Brasil e uma vitrine do nosso modo de governar. E é mais natural ainda que se faça o contraponto com pré-candidaturas que são apoiadas pelo Governo de Pernambuco.
VICE
A escolha do vice é muito particular de qualquer candidato a prefeito, governador e presidente. Nessa fase pré-eleitoral, é legítimo que qualquer partido que já faz ou pretende fazer parte do arco de alianças que disputará as eleições conosco apresente indicações para compor a chapa majoritária da Frente Popular. O debate que é feito em torno disso é muito mais nas rodas de conversa e na imprensa, o que passa essa ideia de urgência, de necessidade de sinalizações. Mas sempre temos dito que o prefeito tem tempo. As convenções ocorrerão até agosto. E ele é o condutor desse processo e desse debate, como grande coordenador de seu projeto de reeleição. É uma prerrogativa dele fazer essa escolha e, no momento certo, dentro do prazo, vai ser feita essa definição.
06/05/2024 – Entrevista publicada na Folha de Pernambuco